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Cores e Marcas dos Thunderbolts da FAB na Itália

Durante a Campanha da Itália na Segunda Guerra Mundial, os P-47 Thunderbolts da Força Aérea Brasileira (FAB) desempenharam um papel crucial nas operações aéreas. Embora tenham chegado à Itália já com as marcações da FAB, ao longo da campanha, as aeronaves passaram por diversas modificações em suas cores e insígnias para se adequarem às necessidades operacionais e de identificação. Este artigo explora as particularidades das cores e marcas dos Thunderbolts do 1º Grupo de Aviação de Caça (GAvCa) durante esse período histórico.



Evolução das Insígnias nos P-47 Thunderbolts

Quando os P-47 Thunderbolts chegaram à Itália, ainda ostentavam as insígnias originais da Força Aérea Brasileira, incluindo a icônica estrela brasileira nas asas e a pintura verde e amarela no leme. Essas insígnias eram um reflexo do orgulho nacional e da identidade que os pilotos brasileiros levavam ao campo de batalha. No entanto, durante as operações conjuntas com as forças aliadas, surgiram problemas de identificação, levando a incidentes de fogo amigo, onde caças da FAB foram quase atacados por seus aliados, que não reconheciam prontamente as marcas brasileiras.


Para mitigar esses riscos, as aeronaves passaram a adotar o padrão de insígnias da USAF, com a “Star and Bar” (estrela com barras laterais) americana sendo aplicada nas fuselagens e asas, sobreposta pela estrela da FAB. Essa combinação de insígnias criou uma marcação híbrida que cumpria a dupla função de preservar a identidade nacional e garantir a rápida identificação pelos aliados durante as missões. Essa adaptação foi essencial para a segurança das operações aéreas e para o sucesso das missões do 1º Grupo de Aviação de Caça.



Marcas de Nacionalidade e Personalizações

Além das insígnias, as aeronaves do 1º Grupo de Aviação de Caça mantiveram seus números de série originais da USAAF, que eram pintados na cauda. Isso permitia uma identificação precisa e rápida das aeronaves no solo e em voo. Cada caça também recebeu códigos alfanuméricos específicos que seguiam um padrão adaptado do 350th Fighter Group, a unidade à qual o 1º GAvCa estava subordinado. Esses códigos eram fundamentais para a organização e coordenação das missões, permitindo identificar facilmente a qual esquadrilha uma determinada aeronave pertencia.


As personalizações, por sua vez, eram uma forma de expressão individual dos pilotos e equipes de manutenção. Nomes de pilotos, mecânicos e apelidos carinhosos eram frequentemente pintados nas fuselagens, juntamente com marcas que indicavam o número de missões realizadas. O avestruz guerreiro, símbolo do “Senta a Púa!”, também era comumente visto, refletindo o espírito combativo e o orgulho da unidade. Essas personalizações não apenas fortaleciam o moral das tripulações, mas também criavam uma identidade visual única para cada aeronave.



Camuflagem e Cores das Superfícies Externas

A camuflagem dos P-47 Thunderbolts variava conforme o lote e a necessidade operacional. Os primeiros lotes enviados para a Itália apresentavam camuflagem em Olive Drab nº 613 nas superfícies superiores e Neutral Gray nº 603 nas inferiores. Esse padrão de camuflagem era utilizado principalmente para reduzir a visibilidade das aeronaves contra o solo e o céu, um fator crítico nas missões de ataque ao solo e apoio aéreo próximo, onde a surpresa e a evasão eram essenciais para o sucesso.


Por outro lado, algumas aeronaves chegaram à frente de batalha com acabamento em metal natural, sem camuflagem. Essas diferenças nos padrões de pintura geraram uma certa confusão, pois muitos acreditavam que todos os P-47 da FAB eram camuflados. Na verdade, a escolha entre camuflagem e acabamento em metal natural refletia tanto as práticas de produção nos Estados Unidos quanto as preferências operacionais em campo. A camuflagem foi essencial nas missões iniciais, mas à medida que a guerra avançava, as aeronaves sem camuflagem tornaram-se mais comuns, destacando-se pelo brilho metálico contra o céu italiano.



Padrões de Pintura Interna e Seus Detalhes

As superfícies internas dos P-47 Thunderbolts eram cuidadosamente preparadas com primer de Cromato de Zinco para evitar a corrosão, uma preocupação constante nas operações em condições adversas. Esse primer variava em tonalidade, desde o amarelo esverdeado até o verde escuro, dependendo da quantidade de pigmentos adicionados. Essa variação não era meramente estética, mas desempenhava um papel crucial na proteção das estruturas internas das aeronaves, garantindo que permanecessem operacionais por longos períodos, mesmo sob as condições duras do teatro europeu.


No cockpit, o primer era tingido com preto, resultando em um tom verde escuro conhecido como "Dark Dull Green", que era o padrão adotado pela USAAF. Essa coloração escura no interior do cockpit ajudava a minimizar reflexos e melhorava a visibilidade dos instrumentos, além de proporcionar um ambiente mais focado para os pilotos durante as missões. A atenção aos detalhes na pintura interna refletia a prioridade dada à durabilidade e à funcionalidade das aeronaves, garantindo que os P-47 do 1º GAvCa estivessem sempre prontos para enfrentar os desafios das missões na Itália.



Fonte consultada: Jambock.com.br


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