Um primeiro carregamento de biplanos Waco chegou ao Brasil em 1932, na forma do pequeno modelo CSO de cockpit aberto. Isso foi bem a tempo para uso militar do lado federal contra a rebelião das forças constitucionalistas no poderoso estado de São Paulo. Mas o principal uso dessas aeronaves era fornecer comunicações aéreas em toda a nação meio-continental. O Correio Aéreo Militar -CAM- voou no interior do Brasil, além das rotas das linhas aéreas iniciais. Não fornecia um serviço de passageiros (além de profissionais essenciais necessários em áreas remotas), mas entregava não apenas o correio, mas também alimentos e suprimentos médicos.
Representação artística do chamativo esquema de cores do Waco CSO em serviço na Aviação do Exército Brasileiro. (Via Jackson Flores Jr.)
À medida que a rede CAM se desenvolveu durante a década de 1930, as regiões do interior dos estados do sul receberam pela primeira vez voos de conexão. Necessário então era um vôo ligando diretamente a capital, Rio de Janeiro, com Belém, na foz do Amazonas, através de assentamentos remotos entre eles. Havia serviço aéreo entre as duas grandes cidades, mas através do longo circuito do bojo brasileiro ao longo do Atlântico Sul. Foi planejado um vôo de prova na rota direta e longitudinal, atendendo pequenas populações neste sertão da nação que ainda era esmagadoramente centrado perto da costa leste. Selecionado como piloto foi o Major-Av. Lysias Augusto Rodrigues, acompanhada pelo Sgt. Soriano Bastos de Oliveira, como a aeronave, o Waco CSO, série C-27. O habilidoso e experiente Rodrigues manteve um registro detalhado do voo; mais tarde, ele escreveu livros sobre a história da aviação. O "vermelinho" já havia provado sua confiabilidade.
Augusto Rodrígues e Soriano Bastos posando para o seriado C-41 de Vermelinho. (Foto: Via César R. Ferreira.)
O vôo de prova ao longo do que veio a ser chamado de Rota do Tocantins fez muitas paradas em pequenos aeródromos e cobriu uma tremenda variedade de terrenos ao longo de quase três mil quilômetros de vôo. Pequenos problemas foram superados durante os três dias de novembro de 1935. Rodrigues e seu CSO fizeram mais dois voos pela Rota do Tocantins em 1936, antes que voos postais e humanitários mais ou menos regulares fossem estabelecidos pelo Correio Aéreo Nacional.
Waco CSO exposto no MUSAL, Rio de Janeiro.
A grandiosidade do voo e a variedade de regiões cênicas percorridas levaram a uma repetição moderna em 2002. O Waco CSO sobrevivente não foi retirado de um museu. Em vez disso, o biplano vermelho do cockpit aberto era um Stearman. Foi acompanhado por um Maule e um avião de apoio, com um Piper também utilizado. Algumas testemunhas do vôo de 1935 com quase noventa anos foram entrevistadas. Um livro de autoria de Isio Bacaleinick e intitulado Nas Asas do Correio Aéreo foi publicado, sendo uma produção de mesa de centro lindamente acabada cheia de cenário do que permaneceu principalmente uma série de paisagens diversas pouco povoadas mesmo em 2002. Por: LAAHS
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